{Leitura} Grande Magia- Vida Criativa Sem Medo

5 de fevereiro de 2016



Sinopse: Ao compartilhar histórias da própria vida, de amigos e das pessoas que sempre a inspiraram, Elizabeth Gilbert reflete sobre o que significa vida criativa. Segundo ela, ser criativo não é apenas se dedicar profissional ou exclusivamente às artes: uma vida criativa é aquela motivada pela curiosidade. Uma vida sem medo, um ato de coragem.
A partir de uma perspectiva única, “Grande Magia” nos mostra como abraçar essa curiosidade e nos entregar àquilo que mais amamos. Escrever um livro, encontrar novas formas de lidar com as partes mais difíceis do trabalho, embarcar de vez em um sonho sempre adiado ou simplesmente acrescentar paixão à vida cotidiana. Com profunda empatia e generosidade, Elizabeth Gilbert oferece poderosos insights sobre a misteriosa natureza da inspiração.



No livro, Elizabeth, autora de Comer, Rezar e Amar  fala sobre sua experiência em seis capítulos:

Coragem
Encantamento
Permissão
Persistência
Confiança
Divindade

Gostei muito da definição da autora sobre viver uma vida criativa é mais do que se dedicar a arte, é viver uma vida motivada pela criatividade. Comecei o livro muito animada, mas nos primeiros capitulos fiquei entendiada. Muito entediada! Achei frases muito bonitas, gostei do jeito que ela escreve através de metáforas, mas leitura ao invés de ser de auto-ajuda, estava maçante. Achei tudo muito bonito, mas nada original, nada que já não tivesse lido antes. Contudo, já tinha começado a leitura, resolvi me forçar a terminar. 

Até que chegou num capítulo que verbalizou e concretizou meu pensamento:

Seu emprego fixo
"Durante todo o tempo em que fiquei praticando para me tornar escritora, sempre tive um emprego fixo.
Mesmo depois de publicar alguns trabalhos, por via das dúvidas, não larguei meu emprego fixo. Na verdade, não larguei meu emprego (ou, para ser mais exata, meus empregos) nem depois de já ter escrito três livros — todos eles publicados por grandes editoras e com boas resenhas no New York Times. Um deles foi até indicado ao National Book Award. Para quem olhasse de fora, talvez pudesse parecer que eu já estava com a vida ganha. Mas não me arriscaria, então mantive meu emprego fixo.
Só depois de ter publicado meu quarto livro (ou seja, só depois do sucesso aberrante de Comer, rezar, amar) finalmente me permiti largar todos os outros trabalhos e passar a me dedicar exclusivamente a escrever livros. Agarrei-me a essas outras fontes de renda por tanto tempo porque não queria que a
responsabilidade de me sustentar se tornasse um fardo para minha escrita. Sabia que não seria uma boa ideia exigir isso dela, pois no decorrer dos anos vi muita gente assassinar a criatividade ao querer que a arte pagasse suas contas. 
Vi artistas enlouquecerem e acabarem sem um tostão por essa insistência em que só poderiam ser considerados verdadeiros criadores se conseguissem viver exclusivamente de sua criatividade. E quando a criatividade lhes falha (ou seja, quando não paga as contas), ficam ressentidos, têm crises de ansiedade ou até mesmo vão à falência. E o pior de tudo: muitas vezes deixam completamente de criar.
Sempre considerei uma enorme crueldade exigir um contracheque mensal de seu trabalho criativo, como se a criatividade fosse um emprego público ou um fundo fiduciário. Olhe, se você conseguir viver confortavelmente de sua inspiração para sempre, fantástico! Esse é o sonho de todo mundo, certo? Mas não deixe que o sonho se torne um pesadelo. 
Responsabilidades financeiras podem exercer uma enorme pressão sobre as sutilezas e os caprichos da inspiração. Você precisa lidar com seu sustento de maneira inteligente. Alegar que é criativo demais para pensar em questões financeiras é ser infantil. E, por favor, eu lhe imploro: não se infantilize, pois isso é degradante para a alma. (Em outras palavras, embora certa inocência infantil seja algo positivo na busca da criatividade, a criancice é perigosa.) Outras fantasias infantilizadoras incluem: o sonho de se casar por dinheiro, de herdar dinheiro, de ganhar na loteria ou de encontrar um cônjuge provedor (seja homem ou mulher) que cuide de todos os aspectos mundanos de sua vida para que você possa ficar livre para comungar com a inspiração pelo resto de seus dias em um casulo sossegado, totalmente protegido dos inconvenientes da realidade. Fala sério.
Isto é um mundo, não um útero. Você pode cuidar de si mesmo e da sua criatividade ao mesmo tempo, como muitas pessoas vêm fazendo há séculos. E mais: cuidar de si mesmo traz um profundo sentimento de honra, e essa honra tem grandes repercussões sobre seu trabalho; ela o torna mais forte.
Além disso, talvez haja períodos em que você consiga viver de sua arte e outros em que não consiga. Isso não precisa ser encarado como uma crise; é mais do que natural em meio às constantes mudanças e incertezas da vida criativa. Ou talvez você tenha assumido um grande risco para poder seguir um sonho criativo e não tenha tido o retorno esperado, então agora precisa trabalhar para o establishment por um tempo para economizar dinheiro até chegar a hora de correr atrás de seu próximo sonho. Tudo bem.
Faça o que for preciso. Mas gritar com a criatividade, dizendo “Você precisa ganhar dinheiro para me sustentar!”, é quase como gritar com um gato. A criatividade não tem a menor ideia do que você está dizendo. Tudo o que você está fazendo é espantá-la com toda a barulheira e as caretas estranhas que faz enquanto grita.
Continuei trabalhando em meus empregos fixos por tanto tempo porque queria manter minha criatividade livre e segura. Tinha fontes de renda alternativas para que, quando minha inspiração não estivesse fluindo, eu pudesse tranquilizá-la, dizendo: “Não se preocupe, amiga. Não tenho pressa. Quando você estiver pronta, estarei aqui”. Sempre estive disposta a dar duro para que minha criatividade pudesse correr solta. Ao fazer isso, me tornei meu próprio patrão; meu próprio cônjuge provedor. 
Nem sei quantas vezes tive vontade de dizer a artistas estressados e quebrados financeiramente: “Cara, deixe de ser orgulhoso e arranje um emprego!”. Não há vergonha nenhuma em ter um emprego. Vergonha é espantar a criatividade exigindo que ela o sustente. É por isso que, sempre que alguém me diz que está largando."

O capítulo não está na integra e me fez pensar sobre o que um professor falava sobre a arte, algo mais ou menos assim: "A arte não têm obrigação de salvar ninguém, ela não tem essa missão". E é assim mesmo, seja livre com sua criatividade, se expresse, mas não obrigue seu hobby a ser tudo na sua vida, você e nem sua liberdade merecem viver oprimidos.

Outro capítulo que gostei muito, foi "Pinte seu boi", o seu boi é o seu corpo, é você. Cuide de você, se cubra de cuidados que te deixe mais satisfeito com que você verá no espelho e isso atrairá inspirações, criatividade. 

E para finalizar uma pergunta que a autora nos deixa:

"Na verdade, a curiosidade só lhe faz uma simples pergunta: “Existe alguma coisa pela qual você se interessa?”.
Qualquer coisa?
Mesmo que seja só um pouquinho?
Não importa quão pequena ou trivial.
A resposta não precisa virar sua vida de cabeça para baixo, fazer com que você largue o emprego, forçá-lo a mudar de religião nem deixá-lo em um estado de fuga dissociativa; só precisa prender sua atenção por um instante. Mas, nesse instante, se você puder fazer uma pausa e identificar um interesse em alguma coisa, por menor que seja, a curiosidade lhe pedirá parar virar a cabeça um centímetro e dar uma olhada mais de perto naquilo.
Faça o que ela lhe pedir.
É uma pista. Pode não parecer nada, mas é uma pista. Siga essa pista. Confie nela. Veja aonde a curiosidade o leva em seguida. Então siga a pista seguinte, e a seguinte, e a seguinte. Lembre-se, não precisa ser uma voz no deserto; é apenas uma inofensiva caça ao tesouro. Seguir essa caça ao tesouro da curiosidade pode levá-lo a lugares incríveis e inesperados. Talvez o leve até sua paixão, ainda que por um caminho estranho e impossível de rastrear, de becos escuros, cavernas subterrâneas e portas secretas."

Eu tive que ler 192 páginas, sobreviver ao tédio, para encontrar três capítulos interessantes. Elizabeth falar sobre isso também, passar pela fase do tédio quando iniciamos uma jornada pode render bons resultados. Enfim, sobrevivi a tudo isso, para encontrar três preciosos capítulos. Por conta desses capítulos, recomendo a leitura para quem quer melhorar a vida em 2016 ou que esteja passando por uma fase de bloqueio criativo. 
O livre recebeu nota 2,5, numa escala de 01 a 05. 

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